sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

O Que é o Arrebatamento da Igreja? Quando e Como Será o Arrebatamento?


O arrebatamento da Igreja será o grande momento em que o Senhor Jesus virá buscar o seu povo fiel aqui na terra. Nesse momento aqueles que morreram em Cristo serão ressuscitados, e todos os redimidos que ainda estiverem vivos serão transformados e glorificados.
A palavra “arrebatamento” é derivada da palavra utilizada na tradução latina da Bíblia, a Vulgata, para traduzir o verbo grego harpazo, que significa “pegar”, “agarrar”, “elevar” ou “levar pela força”, no texto de 1 Tessalonicenses 4:17. Assim, nas traduções da Bíblia em português o grego harpagesometha, “elevados”, é traduzido como “arrebatados”.
A doutrina sobre o arrebatamento da Igreja é de suma importância para todos nós, pois todo cristão verdadeiro deve aguardar e desejar ansiosamente por esse dia. A seguir, saberemos um pouco mais sobre o que é e como será o arrebatamento.

Quando será o arrebatamento?

A Bíblia não informa uma data exata sobre quando será o arrebatamento, mas ela afirma que o dia do arrebatamento já está determinado e só Deus o conhece (Marcos 13:32).
Sem tratar exatamente de datas, os cristãos se posicionam de maneiras diferentes com relação ao período em que o arrebatamento acontecerá. Basicamente existem três interpretações principais sobre esse assunto:
  1. Pré-Tribulacionismo: essa linha de interpretação defende que o arrebatamento será antes da grande tribulação, exatamente para livrar a Igreja do grande sofrimento que ocorrerá na terra. Quem adota essa interpretação geralmente faz uma distinção completa entre Israel e Igreja, defendendo que a grande tribulação será apenas para Israel, e, portanto, a Igreja de Cristo deverá ser retirada da terra.
  2. Meso-Tribulacionismo: essa interpretação ensina que a Igreja será arrebatada durante a grande tribulação. Segundo essa posição, os primeiros anos da grande tribulação serão de paz e prosperidade mundial, mas de repente essa falsa paz será quebrada e o Anticristo revelará toda a sua perversidade, e é então que ocorrerá o arrebatamento da Igreja.
  3. Pós-Tribulacionismo: essa interpretação defende que o arrebatamento da Igreja acontecerá depois da grande tribulação. Durante esse período a Igreja será duramente perseguida, pois Satanás e seus agentes tentarão a todo custo eliminar a pregação do Evangelho, até que então Cristo surgirá nas nuvens para buscar o seu povo e trazer grande juízo sobre os ímpios.
Durante a maior parte da História da Igreja não houve nenhum debate realmente significativo à ocasião do arrebatamento em relação a grande tribulação. De forma geral os cristãos concordavam que o arrebatamento da Igreja aconteceria depois da grande tribulação, ou seja, a posição mais tradicional dentro do Cristianismo é o Pós-Tribulacionismo.
Todavia, na atualidade esse cenário mudou, e a maioria dos cristãos denomina-se pré-tribulacionista, embora a maioria nem mesmo saiba por quê. Apesar de os defensores do Pré-Tribulacionismo se esforçarem para tentar recuar seus ensinos ao período e à posição dos pais da Igreja, oficialmente esse tipo de interpretação ganhou força apenas no século 18, e a partir daí foi amplamente divulgada.
Para entender melhor essa questão, saiba mais sobre se a Igreja passará pela grande tribulação e se o arrebatamento será secreto.
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Como será o arrebatamento?

Na Bíblia encontramos alguns detalhes importantes sobre como será o arrebatamento da Igreja. É claro que dependendo da interpretação escatológica adotada, haverá diferenças no entendimento acerca de como se dará esse momento.
Deixando essas discussões de lado, a Bíblia diz que o arrebatamento da Igreja acontecerá repentinamente. Isso não significa que ele será secreto, nem mesmo que ele não será precedido por sinais específicos que a Bíblia claramente afirma que irão acontecer, como a proclamação do Evangelho em todo o mundo, a tribulação, a intensificação de desastres naturais, guerras, pestes, a grande apostasia e o surgimento do Anticristo (Mateus 24; Marcos 13; 2 Tessalonicenses 2).
Quando a Bíblia diz que o arrebatamento da Igreja será repentino, ela está se referindo ao fato de que a volta de Jesus será como um relâmpago que sai do oriente e vai ao ocidente (Mateus 24:27). É por isso que o apóstolo Pedro escreve que o dia do da volta do Senhor virá como ladrão (2 Pedro 3:10).
Todavia, é importante entender que os verdadeiros seguidores de Cristo não serão surpreendidos, ou seja, o arrebatamento da Igreja será repentino, mas só pegará de surpresa os incrédulos. Por isso que ele será repentino, mas ao mesmo tempo esperado pelos fieis.
Portanto, o arrebatamento da Igreja será um momento de grande alegria para os salvos e de terrível pavor para os ímpios. Os incrédulos serão surpreendidos por uma repentina destruição que virá sobre eles.
A Bíblia também diz que o arrebatamento da Igreja será um evento visível e glorioso, e o nosso Senhor virá em grande poder e glória nas nuvens (Mateus 24:30; 26:64; Marcos 13:26; Lucas 21:27; Atos 1:11; Hebreus 9:28; Apocalipse 1:7). O apóstolo Paulo escreve dizendo que o momento do arrebatamento da Igreja será tão estrondoso e grandioso, que “dada a ordem, com voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus”, o próprio Senhor Jesus Cristo descerá do céu (1 Tessalonicenses 4:15-18).
Nesse momento, todos os redimidos encontrarão o Senhor nos ares. Os fieis que já morreram serão ressuscitados, os que estiverem vivos também serão transformados e receberão corpos glorificados semelhantes ao de Jesus. Esse será um processo incompreensível ao raciocínio humano, tanto que Paulo descreve esse momento como um mistério que ocorrerá repentinamente como “num abrir e fechar de olhos” (1 Coríntios 15:51,52).
Com tudo, o próprio Jesus em seu sermão escatológico nos exorta a aguardar o maravilhoso dia do arrebatamento da Igreja com muita vigilância e diligencia. A Parábola das Dez Virgens enfatiza claramente esta questão (Mateus 25). Devemos almejar o dia do arrebatamento confortados na certeza de que Deus conduz a História para esse grande momento em que desfrutaremos de nossa salvação em seu sentido mais pleno.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

DONS IRREVOGÁVEIS - O CRISTÃO PERDE A VIDA ETERNA?



Ao ler a Bíblia devemos prestar atenção ao real significado de determinadas palavras. Por pensarmos conhecer o de algumas muito usadas, às vezes não as analisamos. Elas, porém, podem exprimir o oposto do que pensamos. Exemplo do que acabamos de dizer está no vocábulo "graça". Muitos, provavelmente influenciados pelas palavras do anjo a Maria, pensam tratar-se de louvor, grandeza, isenção de pecados, quando, na realidade, significa "favor imerecido" (não merecido). Analise este versículo que poucos conhecem: "Estevão, CHEIO DE GRAÇA e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo" (Atos 6.8). Embora tenha sido dito que ele, inclusive, estava "cheio de poder" e até "fazia prodígios e grandes sinais" – o que jamais foi dito sobre Maria –, isso não quer dizer que ele fosse sem pecados nem cheio de merecimentos próprios. Ao contrário: era pecador e precisava do favor divino. Foi nesse sentido que o anjo usou a expressão "cheia de graça" (melhor: "muito favorecida") ao se dirigir à mãe de Jesus. Muitos pensam que a Bíblia diz que somente ela foi "cheia" de graça. Dito isso, vamos ao real significado da palavra IRREVOGÁVEL. Segundo os dicionários, é aquilo que não se pode tornar nulo, sem efeito nem invalidado, ou seja, não pode haver arrependimento. E o que quer dizer DOM? Seu significado é "PRESENTE". Podemos dizer que também seja a "capacidade ou talento que o Espírito Santo concede aos servos de Deus para uso em favor dos outros (Hebreus 2.4; 1 Pedro 4.10; Romanos 12.6-8; 1 Coríntios 12.4-10)" ou que seja "oferta (Hebreus 5.1)", porém veremos que tudo isso acaba sendo presente de Deus. O ser humano às vezes dá um presente, mas se arrepende ou até o toma de volta. Com Deus é diferente. Em Romanos 11.29 está escrito que "os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis" ou, segundo outra tradução, "são sem arrependimento". Hoje falaremos apenas sobre um dom. O maior presente que se possa imaginar é, sem dúvida, a salvação, porque, além de ser incomparável, é a vida eterna, na cidade celestial (leia as maravilhas da Nova Jerusalém, cuja descrição simbólica está em Apocalipse 21.9-27), ao lado de Deus, em plena alegria, portanto sem sofrimentos, angústia, depressão, ódio. E esse presente é irrevogável e nos é dado totalmente de graça. Quando dizemos que Deus nos dá a vida eterna, todos aqueles que se julgam cristãos concordam. Quando dizemos que ela é irrevogável, também concordam, pois sabem que, do céu, ninguém passará jamais para o inferno. Mas quando dizemos que é irrevogável no sentido de que tomamos posse dela aqui na Terra, enquanto vivos, e que, a partir do instante em que isso acontece, jamais a perderemos, seja em vida ou depois da morte, aí haverá alguma discordância. Quase todo o mundo já deve ter ouvido esta frase: "Fulano perdeu a salvação" ou esta: "Eu não vou fazer uma coisa dessas porque não quero perder a vida eterna". Trata-se de um assunto polêmico, mas que pode ser entendido sem grandes dificuldades. Primeiramente, não cometer pecados apenas por medo do inferno, mas ter anseio profundo de cometê-los, já é pecado, pois o coração está repleto de desejos reprováveis (Mateus 5.28; Marcos 7.21; 1 João 3.15). Temos de levar em conta que "salvação" tem vários significados. Porém, no sentido a que nos estamos referindo neste artigo, significa o mesmo que "vida eterna". Mas o que é vida eterna? O próprio nome o diz: "que dura para sempre; que não tem fim; incessante". Portanto, é o oposto de "vida passageira". Agora pense nisto: Digamos que lhe ofereçam um presente que você almeje. Você, desconfiado, pergunta: – Por que você me está dando isto? Que fiz para merecê-lo? – Não fez absolutamente nada. É um presente. Você sabe que jamais deixei de cumprir o que prometo. Apenas creia que lho estou dando. – Mas que trabalho terei de fazer para você para que seja meu? – Para ganhá-lo você não precisa fazer nenhum trabalho para mim. – Mas por quanto tempo você me está dando o presente? – Presente é presente. Não é para ser devolvido, caso contrário não seria presente. Ele é seu para sempre, eternamente, sem arrependimento de minha parte. Você o aceita, porém, algum tempo depois, quem lho deu vai até você dizendo que se arrependeu de havê-lo dado ou que o está pedindo de volta porque você não fez por merecê-lo. Você poderia argumentar: – Você me deu porque quis, não me impôs nada em troca e disse que me seria dado eternamente. Já que o está tomando, não foi um presente como me havia dito, mas uma barganha pelas minhas atitudes. Você não teve palavra, pois disse que, mesmo sendo um presente imerecido de minha parte, você mo estava dando em caráter irrevogável. Ao tomá-lo, vejo que foi apenas um presente passageiro. Compare isso com o que está em Efésios 2.8,9: "Porque pela graça" (por um favor imerecido) "vocês são salvos" (ganham a vida eterna), "mediante a fé, mas isso não vem de vocês, é dom" (é presente) "de Deus, não vem de obras" (de trabalhos, ações) "para que ninguém se vanglorie" (se orgulhe). Poder-se-á alegar que não se trata de a vida eterna ser tomada, mas perdida. Mas, ao sermos salvos, tornamo-nos templo do Espírito Santo, que habita em nós e Ele é o selo, o penhor, a garantia de nossa herança, isto é, a garantia de que estamos salvos. Como poderia alguém "perder" o Espírito Santo que fez habitação em si? Outros dirão que perdemos a salvação enquanto vivos, pelas nossas más obras. Acontece que, se a perdêssemos em vida, logicamente seria porque também a havíamos ganhado em vida. Mas como perder o que nos foi dado em caráter eterno, irrevogável? Se isso acontecesse, quem a perdesse poderia dizer que ganhara apenas uma "vida passageira". Vejamos algumas provas de que a salvação ou vida eterna é ganha enquanto estamos vivos (preste bem atenção aos verbos no tempo presente, e não no futuro): – "Quem crê no filho TEM" (já tem) "a vida eterna" (João 3.36); – "Estas coisas vos escrevi a fim de saberdes que TENDES a vida eterna" (a fim de que vocês saibam que TÊM a vida eterna), "a vós outros que credes no nome do Filho de Deus" (1 João 5.13); – "Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, TEM a vida eterna, NÃO entra em juízo, mas PASSOU da morte para a vida" (Jesus, em João 5.24). Portanto já ganhou a salvação aqui na Terra; – "As minhas ovelhas ouvem a minha voz... Eu lhes DOU a vida eterna; JAMAIS perecerão, eternamente, e NINGUÉM as ARREBATA de mim" (João 10.27,28); – "Porque na esperança" (no esperar com certeza) "FOMOS salvos" (Romanos 8.24); – "... Deus, que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça" (favor imerecido) "que NOS FOI DADA em Cristo, antes dos tempos eternos" (2 Timóteo 1.9); Há outros versículos, além desses, mostrando que, ainda aqui na Terra, os escolhidos de Deus já têm a vida eterna. Mas a quem pensa que o homem a perde, perguntamos: Ele a perde por ter praticado qual tipo de pecado? Medite bem e verá que não seria fácil responder a essa pergunta, pois pecado é pecado; qualquer um atrai a ira de Deus. A única forma, então, de não perdermos a salvação seria nunca pecarmos. Observe que até mesmo alguns cristãos, descuidando-se ou se acovardando, costumam fazer uso de uma "mentirinha", achando tratar-se de atitude sem gravidade, quando mentira não tem tamanho e é um pecado sério, pois o pai dela é o próprio diabo (João 8.44). Qualquer pecado, mesmo que você o ache mínimo, sem importância, faz com que você transgrida toda a lei de Deus, "pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos" (Tiago 2.10). Logo, todos os pecados, independentemente do tamanho que possamos atribuir a eles, fazem com que nos afastemos de Deus. Entretanto, o único pecado que não tem perdão, está escrito, é a blasfêmia contra o Espírito Santo, o qual é praticado por quem nunca teve a vida eterna, isto é, por quem nunca foi nem jamais será salvo, pois nega Cristo. E aquele que O nega "é mentiroso... é o anticristo" (1 João 2.22). Sendo assim, esse tipo de pecado não causa a perda da vida eterna, pois ninguém perde aquilo que nunca teve. Certa vez, conversando sobre isso com um membro de outra denominação religiosa, ele nos disse: “Continuo achando que, se praticarmos qualquer pecado que seja, estaremos no fogo.” Não houve oportunidade de continuarmos a conversa, mas pretendíamos lhe perguntar: – "Você se considera salvo ou no fogo (infernal)?" Se nos respondesse: – "Sou um salvo em Jesus Cristo", poderíamos retrucar: – "Então você está afirmando que não tem pecado nenhum." Acredito que não responderia afirmativamente, pois "se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo" (Deus) "de mentiroso e a sua palavra não está em nós" (1 João 1.9). Mas se ele dissesse: – "Tenho pecados sim; todos têm", poderíamos retrucar: – "Então você não é 'um salvo em Cristo', pois teria de estar 'no fogo', como acabou de dizer que é o que acontece com quem pratica qualquer pecado. Quem é salvo não pode estar no fogo." É importante sabermos, nós os cristãos, que em Cristo: - "... fomos também feitos herança, predestinados" (destinados com antecedência) "segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho de Sua vontade, a fim de sermos para louvor da Sua glória" (há quem pense que louvor é apenas música, e os predestinados seriam os cantores escolhidos para louvar, com sua voz, a Deus, no céu e na Terra; mas louvor é muito mais abrangente que isso, e deve ser atitude de todos os cristãos, quer cantem, quer não), "nós os que, de antemão" (previamente, com antecipação) "esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdad'e, o evangelho da vossa salvação" (vossa = dos fiéis em Cristo – ver Efésios 1.1), "tendo nele também crido, FOSTES" (isto é, já foram) "SELADOS com o Santo Espírito da promessa, o qual é o PENHOR da vossa HERANÇA" (herança de vocês) "até ao RESGATE da SUA PROPRIEDADE, em louvor da SUA glória" [aqui não está dito vossa, mas SUA, por duas vezes, ou seja, de Cristo] (Efésios 1.11-14). Portanto, logo que você ouviu a Palavra da Verdade e creu verdadeiramente (o ato de crer provém de Deus – Efésios 2.8), você foi selado. O selo, colocado em documentos, era uma marca feita com o anel, ou sinete, do rei sobre argila, cera, etc. Tratava-se de um sinal de autenticidade, autoridade e inviolabilidade. O selo só podia ser quebrado pelo rei ou por quem fosse autorizado. E fomos selados com o quê? Com o próprio Espírito Santo. E o que acontece então? Ele se torna o PENHOR, a garantia de nossa herança. Você sabe que penhor é um bem oferecido para garantir uma dívida; se ela não for paga, ou se for quitada apenas parcialmente, a coisa penhorada fica como pagamento do débito. Antigamente, penhor era a primeira parcela de uma compra, era o sinal de um negócio que fora fechado, significando que a coisa comprada já tinha dono e estava à espera dele. Diz Paulo em Filipenses 1.6: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”, isso porque Deus não desiste de quem ele escolheu; já somos "propriedade exclusiva" dele (1 Pedro 2.9). Existe garantia maior que essa de que você receberá sua herança, a qual é a vida eterna? Ela está garantida pelo Espírito Santo. E até quando você terá essa garantia enorme? Até "ao RESGATE" da propriedade de Cristo (você, sendo um escolhido por Deus, é propriedade dele). Portanto, quando for quebrado o selo, por Cristo, será porque você estará no céu. Lá você já não precisará de penhor. Sua dívida, garantida até o final, foi quitada. A Bíblia fala na salvação como uma herança que Cristo nos deixou. Herança é aquilo que recebemos de alguém após sua morte. Mas como é essa herança deixada por ele? Veja: - "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança" (esperança, no sentido bíblico, é aguardar com certeza absoluta) "mediante a ressurreição de Cristo dentre os mortos, PARA UMA HERANÇA INCORRUPTÍVEL" (que não se corrompe, não se estraga, não apodrece), "sem mácula" (sem mancha), "IMARCESCÍVEL" (que não murcha), "RESERVADA nos céus para vós outros, que sois GUARDADOS pelo poder de Deus, mediante a fé" (que ele nos dá – Efésios 2.8), "para a salvação preparada no último tempo" (1 Pedro 1.3-5). Preste atenção ao fato de que nossa herança já está reservada nos céus e foi dito que somos guardados pelo poder de Deus para a salvação que está preparada para nós. Se Deus guardasse todo o mundo, todo o mundo seria salvo. Portanto, quem é guardado é aquele que recebeu, em vida, o presente da vida eterna. E se este é guardado pelo nosso Pai celestial, "quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica" (Romanos 8.33). Deus não falha em seu ato de guardar os seus escolhidos, como não falha nunca em quaisquer de seus planos. O apóstolo João é bem claro ao esclarecer que os cristãos não estarão "no fogo" por causa dos pecados que vierem a praticar: "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo" (1 João 2.1). Ele está ensinando que não podemos pecar, não podemos viver em pecado, porém, se pecarmos (não deliberadamente – Hebreus 9.16 –, mas por acidente, por uma queda, por descuido), teremos um defensor: Jesus, o qual já pagou nossa dívida na cruz. Se Deus a cobrasse de nós, CRISTÃOS, após nossa morte, estaria cobrando o mesmo débito duas vezes. E Deus não faz isso. Há quem diga: "Conheci algumas pessoas que ficaram pouco tempo na igreja, porém outras que ficaram décadas mas a abandonaram ao fim da vida e morreram em pecado, em plena orgia." A Bíblia esclarece: "Eles saíram do nosso meio, entretanto não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos" (1 João 2.19). Vários textos aparentam que o cristão pode perder a salvação, porém devem ser bem analisados. Uma boa regra de interpretação bíblica é listarmos o máximo possível de textos que narrem o assunto em estudo. Feito isso, deveremos analisar aqueles de fácil compreensão, induvidosos. Após chegarmos à conclusão do que eles querem, de fato, nos transmitir, aí sim, deveremos nos aprofundar naqueles que nos causem dúvidas, pois, feito isso, os entenderemos melhor, uma vez que não existe contradição na Bíblia. Muitas vezes nossas dúvidas são causadas pela leitura de texto fora de seu contexto ou por não conhecermos bem outros livros sagrados. Com base no que acabamos de afirmar, concluímos que os trechos a seguir correspondem ao ensino de 1 João 2.19, que transcrevemos logo acima: Parábola do semeador – "... a Palavra é semeada; e enquanto a ouvem, logo vem Satanás e tira a Palavra semeada neles. Semelhantemente a esses são os que... ouvindo a Palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da Palavra, logo se escandalizam" (Marcos 4.15-17). Estes últimos são considerados "terrenos rochosos". Videira e os ramos – "Eu sou a videira, vós os ramos... Se alguém não permanecer em mim será lançado à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam" (João 15.5,6). Correspondem aos mesmos "terrenos rochosos". Quem não é de Cristo não permanece nele. Iluminados – A Bíblia foi escrita pela "inspiração" do Espírito Santo. Nós somos "iluminados" para interpretá-la, entendê-la. Hebreus 6.4-20 fala daqueles que foram iluminados, "provaram o dom celestial, tornaram-se participantes do Espírito Santo e provaram a boa Palavra de Deus ... e caíram", mas não fala que foram salvos e depois perderam a salvação. Os que, mesmo não sendo convertidos (os não salvos), participam por algum tempo da igreja de Cristo provam de tudo isso, porém caem, não permanecem nela, pois jamais pertenceram a ele. É impossível outra vez renová-los "para arrependimento". Já aquele que é de Deus, "se cair não ficará prostrado, porque o SENHOR o segura pela mão" (Salmo 37.24). Observe que João Batista realizava "batismo de arrependimento", mas o de Cristo é com o Espírito Santo (Marcos 1.4,8). Paulo rebatizou pessoas que haviam sido batizadas por João Batista (At 19.4). As Escrituras mencionam também o caso daqueles que fazem parte de uma igreja, permanecem nela a vida toda, aparentam ser bons cristãos, mas são o joio misturado ao trigo, filhos do maligno, semeados nela por ele (Mateus 13. 25,38). Somente na colheita (no final), serão separados e lançados ao fogo (Mateus 13.24-30). Alguns deles chegarão a dizer: "Senhor, Senhor! Porventura não temos nós profetizado EM TEU NOME, e EM TEU NOME não expelimos demônios, e EM TEU NOME não fizemos milagres?" Mas Jesus lhes dirá "explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade" (Mateus 7.22,23). Eles, inclusive, alegarão, para sua salvação, as obras que fizeram através do nome de Jesus, o que de nada lhes adiantará, pois obras não salvam ninguém. Os cristãos devem fazer parte de uma igreja séria, mas isso não significa que serão salvos todos os que a frequentarem, pois igreja não salva ninguém. Só Jesus salva. Mas quem alega que não vai à igreja porque pode ser cristão em casa mesmo, não está correto. Se Cristo edificasse a Igreja dele para ficar vazia, estaria sendo tolo, o que ele não é. Como a edificou, é porque quer que nos congreguemos nela e se alegra com isso. Ela é a reunião dos salvos, dos que ainda serão salvos e daqueles que se simpatizam com o povo de Deus. E, entre esses, também está o joio. Igreja (ekklesia) não é um prédio, mas a reunião de pessoas da mesma fé. Quem não vai à Igreja de Cristo alegando erros de seus frequentadores, que atire a primeira pedra. Eles estão vendo o defeito dos outros, esquecendo-se dos seus, às vezes piores (Lucas 6.41). Será que lá nos bares, nos carnavais, nas rodas de fofocas ou em frente à TV estarão em melhor companhia ou ouvindo palavras mais edificantes? Igreja não é lugar dos totalmente puros, pois não há ninguém assim, mas de pessoas que pretendem ir se santificando a cada dia para Deus. Os cristãos verdadeiros pecam, mas não “vivem no pecado” (2 Timóteo 2.5). Temos de estar cientes de que o homem, antes de ser salvo, é inimigo de Deus (Romanos 5.10) e escravo do pecado (João 8.34). Ele está nas trevas e é treva (1 Pedro 2.9; Efésios 5.8) e está morto em pecados e delitos (Efésios 2.1). O salvo é aquele que, mesmo ainda na condição de pecador, já tem Cristo no coração. Mas como Jesus disse: "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer" (João 6.44), isso é sinal de que Deus, primeiramente, nos escolhe na condição deplorável em que estávamos, nos elege e nos leva ao Filho, a fim de que, pela atuação do Espírito Santo, aceitemos o convite da salvação que nos é feito. Só aí ganhamos a vida eterna, pois, de criaturas, passamos a filhos de Deus, pela adoção em Cristo (Efésios 1.5). O único filho legítimo de Deus é Jesus (João 3.16). Digamos, só para argumentar, que, após a adoção, o homem peque por um descuido, e sabemos que peca mesmo, e, por isso, "estivesse no fogo", ou seja, perdesse a salvação que ganhou como um presente eterno. O que lhe aconteceria? Se a perdesse, é claro que teria de voltar à sua condição primitiva, de morto em pecados e delitos, pois morte é separação de Deus. Morto espiritualmente, voltaria à condição de inimigo de Deus, de escravo do pecado e de treva. Mas estaria definitivamente condenado ao inferno? Cremos que ninguém diga isso, uma vez que, como já vimos que o único pecado sem perdão é a blasfêmia contra o Espírito Santo, por certo ele ainda teria mais chances, pois continua vivo. Segundo alguns, que defendem a perda da vida eterna, para que o homem a ganhe, ou para que tenha outra chance antes de sua morte, será necessário: 1 – Que ele queira a salvação – Mas "Deus é quem efetua em vós tanto o QUERER como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Filipenses 2.13), "assim, pois, NÃO DEPENDE de quem QUER, ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia" (Romanos 9.16). O grande problema daquele que não é escolhido é que ele não quer ir a Cristo por si mesmo, não quer a vida eterna. Disse Jesus: "... não quereis vir a mim para terdes vida" (João 5.40). É por isso que só vai a Cristo quem Deus leva (João 6.44; Romanos 3.11). 2 – Que ele tenha fé – Porém "isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8). Como "fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem" (Hebreus 11.1), o homem, quando em sua condição de inimigo de Deus, jamais pode ter certeza nem convicção por si próprio. E todos, sem exceção, estávamos nessa condição. É por isso que é preciso que Deus a dê; se não a desse, ninguém a teria. Quem não a tem, não é ainda ou nunca será um salvo ("sem fé é impossível agradar a Deus" – Hebreus 11.6). Se Deus a desse a todos, todos teriam a vida eterna e não existiria o inferno. 3 – Que ele tenha arrependimento – Acontece que o arrependimento também nos é dado por Deus (Atos 5.31; 11.18; 13.48; 2 Timóteo 2.24,25). Além do mais, um escravo do pecado, que não quer a ir a Cristo nem ter a vida eterna, não se arrependeria por si só, pois seu senhor é outro, para quem ele trabalha com prazer. Como um "morto" não consegue nada disso sozinho, se o homem perdesse a salvação uma vez, Deus teria de voltar a pegá-lo nessa condição, voltar a levá-lo a Cristo e ele teria de passar pelo mesmo processo de salvação inicial, até recuperar a vida "eterna" perdida. Visto que todo homem cai constantemente, várias vezes ao dia, o que lhe aconteceria ao ir caindo sucessivamente? Voltaria sempre à condição de morto a cada vez que pecasse e, a cada vez, tudo teria de recomeçar do zero, com Deus o resgatando todas as vezes. Seria um "círculo virtuoso" da parte de Deus e um "círculo vicioso" da parte do homem, até os seus últimos segundos de vida. Impossível isso. Se cair fosse sinal de perda da salvação, ninguém seria salvo, pois as maiores personagens bíblicas caíram. Como só perdemos aquilo que possuímos, quem não vai para o céu não perdeu a salvação. Na verdade, jamais a ganhou. Veja o exemplo de Judas Iscariotes, "o filho da perdição", anunciado desde o Antigo Testamento. Assim, podemos afirmar: O salvo jamais perde a vida eterna, porque ela, além de ser eterna, lhe foi dada em caráter irrevogável e, sendo assim, está garantida. Não é porque a salvação é irrevogável que o homem se veja no direito pecar e tenha ânsia de fazê-lo. Pecar deliberadamente, como já vimos, pode ser sintoma de que não se está salvo. Quem tem a vida eterna em si passa a ser templo do Espírito Santo. Sendo assim, seu comportamento, seus gostos, seus costumes vão mudando. Ele abandona as coisas velhas. Passa a ser árvore boa produzindo bons frutos, a ser filho de Deus, pela adoção em Cristo Jesus. E quem é filho dele poderá, por seus erros, receber correção, a qual é quase sempre dolorosa. Mas, terminada, verá como foi boa para seu crescimento espiritual (Hebreus 12.7,8,11). Se você foi adotado, jamais perderá a condição de filho. Um bom pai não mata o filho que erra, mas apenas o corrige, o repreende. Os condenados à perdição não são nem nunca foram filhos de Deus, mas apenas criaturas. Se você ainda não abriu o coração para receber Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador, faça-o ainda hoje, em oração a Deus, em nome de Seu filho, e receba o grande e irrevogável presente, que lhe é dado gratuitamente.

Por: www.silveiralivros.com.br